domingo, 1 de abril de 2012

A fonte das idéias

A dinâmica do conhecimento não depende só de idéias, mas, principalmente, de idéias. É preciso, portanto, descobrir de onde elas vêm. A tradição afirma que Arquimdes teve sua melhor idéia numa banheira, que Pasteur sentia uma chuva de idéias quando tomava banho, que Kékule sonhou com a idéia que lhe deu a solução da estrutura do benzeno. Muitas outras histórias dessa natureza dão a impressão de que as idéias são uma questão quase mística.

Newton viu a maçã cair, como todo mundo, porém só ele teve a idéia certa sobre o motivo pela qual ela caiu. Einstein dizia que pensava mil vezes e a idéia não lhe vinha; parava de pensar e eis que a idéia lhe aparecia à mente. Um grande empresário brasileiro diz que tem suas melhores idéias durante a equitação. Os livros de criatividade chamam a atenção para o circuito TBC – trânsito, banheiro e cama como fonte de idéias.

Alguns estudiosos alertam que, durante o período de trabalho duro, raramente ocorrem boas idéias. Seria necessário, portanto, prestar atenção aos momentos de ócio como importante fonte de idéias. Isto é, o verdadeiro trabalho criativo poderia ocorrer fora do ambiente de trabalho. Há os que acreditam que, de qualquer maneira, nunca têm uma boa idéia. Essas pessoas, por pensarem assim, jamais tentam momentos especiais de criatividade.

James Webb Young escreveu um livrete chamado Técnicas de Produção de Idéias, onde afirma que a produção de idéias é tão passível de sistematização quanto a produção de automóveis. Young disse que o processo era tão verdadeiro e, ao mesmo tempo tão incrível, que correu o risco de contar o segredo de sua galinha dos ovos de ouro sem ter medo de que os concorrentes lhe fizessem sombras. Eles simplesmente não acreditariam na história.

Coube a Alex Osborn, no livro O Poder Criador da Mente, estruturar o que talvez tenha sido o primeiro curso completo sobre criatividade. O livro foi a fonte dos japoneses para descobrir o poder do brainstorm e outras poderosas técnicas de produção de idéias. Ao ler o livro de Osborn senti, pela primeira vez, que poderia conectar-me a um reservatório ilimitado de idéias. Tão logo foi publicado o livro de Osborn, as principais universidades americanas, incluindo o MIT, ofereceram cursos de criatividade aos seus alunos.

Ray e Myers internaram-se em mosteiros indianos para descobrir os segredos profundos da criatividade. Seu livro Criatividade nos Negócios é usado em disputados cursos de criatividade em Stanford, há mais de 20 anos. Não sei se os autores descobriram, realmente, os segredos da criatividade, mas é certo que fizeram grande sucesso no meio empresarial.

Enfim, embora não haja certeza de como, realmente, se tem idéias, é sempre bom estar atento às pessoas criativas e à literatura sobre criatividade, ainda que não se acredite nelas. Analogias, metáforas, parábolas, mitos, histórias e conversações livres de preconceitos têm alimentado a criatividade. É necessário, como aconselhou Matsushita, ter o coração humilde e a mente alerta para obter idéias de qualquer um, em qualquer lugar, já que não sabemos de onde elas surgirão.

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